terça-feira, 7 de agosto de 2012

O destemido quero-quero

O biólogo e educado ambiental Marcelo Bokerman com um
exemplar taxidermizado de quero-quero
Na última terça (31) o biologo e educador ambiental Marcelo Bokerman falou sobre os destemidos quero-queros, aves que defendem o ninho e a prole independente do tamanho do “predador”.
Para se ter uma idéia um dos nomes populares do bicho é “espanta boiada” ou seja, nem de boi os caras tem medo.


O quero-quero também conhecido por tetéu, teu-teu, ero-ero, terem-terém.
foto wikimedia:Vanellus chilensis BR 1.jpg

Seu nome é uma onomatopeia de seu canto.


É ave-símbolo do Rio Grande do Sul.

Em média, mede 37 centímetros, pesa 277 gramas. Possui um esporão pontudo, ósseo, com 1 centímetro de comprimento no encontro das asas, uma faixa preta desde o pescoço ao peito e ainda umas penas longas (penacho) na região posterior da cabeça, tem um desenho chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem. A íris e as pernas são avermelhadas. O esporão é exibido a rivais ou inimigos com um alçar de asa ou durante o voo. Macho e fêmea são semelhantes.

O quero-quero se alimenta de invertebrados aquáticos e peixinhos que encontra na lama. Para capturá-los, ele agita a lama com as patas para provocar a fuga de suas presas. Também se alimenta de artrópodes e moluscos terrestres.

Na primavera, a fêmea põe normalmente de três a quatro ovos. Nidificam em uma cavidade esgravatada no solo; os ovos têm formato de pião ou pêra, forma adequada para rolarem ao redor de seu próprio eixo e não lateralmente, sendo manchados, confundindo-se perfeitamente com o solo. Quando os adultos são espantados do ninho fingem-se de feridos a fim de desviar dali o inimigo; o macho, torna-se agressivo até mesmo a um homem. Os filhotes são nidífugos: capazes de abandonar o ninho quase que imediatamente após o descascamento do ovo.

Costuma viver em banhados e pastagens; é visto em estradas, campos de futebol e próximo a fazendas, frequentemente longe d'água. O quero-quero é sempre o primeiro a dar o alarme quando algum intruso invade seus domí¬nios. É uma ave briguenta que provoca rixa com qualquer outra espécie habitante da mesma campina. As capivaras tiram bom proveito da convivência com o quero-quero, pois, conforme a entonação, o grito dessa ave pode significar perigo. Então os grandes roedores procuram refúgio na água.

Essa característica faz do quero-quero um excelente cão de guarda, sendo utilizado por algumas empresas que possuem seu parque fabril populado por estas aves.


a direita do quero-quero a Batuira
que vai do Alasca a Bertioga praticamente sem escalas
Outro parente do quero-quero é a batuíra, ave que observamos na areia molhada da praia, indo e voltando com as ondas no raso, caçando moluscos e outros invertebrados que derem mole... rs

Uma aspecto interessante da Batuira destacado pelo Marcelo é a capacidade de migração. Ela voa de Bertioga ao Alasca.

Por fim, esta ave é uma grande metáfora para nós humanos, que deveríamos, assim como eles, defender nossa prole e família, acima da nossa própria segurança.



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